Subsídios da energia solar pode ampliar tarifa social: entenda o que está em jogo

Você sabia que os subsídios da energia solar podem ser usados para beneficiar até 60 milhões de brasileiros com desconto ou isenção na conta de luz?

Esse é o plano do governo federal, que está avaliando cortar incentivos às fontes renováveis — como solar e eólica — para financiar a ampliação da tarifa social de energia elétrica. 

A proposta tem gerado debates acalorados entre setores do mercado e defensores da justiça tarifária. Mas o que muda, na prática, para o consumidor? E quais os impactos para o setor elétrico?

Neste post, você vai entender por que os subsídios da energia solar podem ampliar a tarifa social, quais são as mudanças previstas e como elas afetam milhões de brasileiros.

O que são os subsídios da energia solar e como eles funcionam hoje?

Subsídios da energia solar são benefícios que isentam consumidores que geram sua própria energia de pagar encargos como o uso da rede elétrica. 

Essa renúncia, atualmente, gera um custo estimado em quase R$ 5 bilhões por ano, bancado por todos os outros consumidores por meio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

A proposta do governo é reavaliar esse modelo e limitar gradualmente os subsídios, tornando a distribuição dos custos mais equilibrada entre os diferentes perfis de consumidores. 

A justificativa é simples: hoje quem instala energia solar são geralmente consumidores de maior renda, e eles deixam de contribuir para o sistema, enquanto os mais pobres continuam pagando a conta cheia.

Ao redirecionar parte desses recursos, o governo espera ampliar significativamente o alcance da tarifa social.

O que muda com a nova proposta da tarifa social?

O Ministério de Minas e Energia encaminhou um projeto à Casa Civil que prevê aumento no número de beneficiários da tarifa social, passando de cerca de 24 milhões para até 60 milhões de pessoas.

Veja os principais pontos da proposta:

  • Isenção total para famílias do Cadastro Único com consumo mensal de até 80 kWh.
  • Manutenção da gratuidade para pessoas com deficiência, idosos com BPC, indígenas, quilombolas e moradores fora do sistema interligado.
  • Novo desconto social para famílias com renda entre meio e um salário mínimo por pessoa e consumo de até 120 kWh.
  • Isenção da CDE para esse novo grupo, o que representa cerca de 12% da conta de luz.

O modelo prevê que o pagamento será feito apenas pelo excedente do consumo. 

Por exemplo: quem consumir 86 kWh, pagará somente pelos 6 kWh além do limite isento.

Com isso, o governo estima beneficiar diretamente 16 milhões com isenção total e outros 21 milhões com descontos parciais — muitos dos quais já cadastrados no CadÚnico.

De onde virão os recursos para sustentar esse aumento?

Para viabilizar o projeto, que deve gerar um custo adicional de cerca de R$ 4,45 bilhões, o governo aposta na redução de subsídios às fontes incentivadas, como a energia solar e a energia eólica.

A expectativa é que, ao enxugar os incentivos concedidos via CDE, seja possível economizar até R$ 10 bilhões no longo prazo, compensando o impacto nas contas de luz dos demais consumidores. 

Essa transição, porém, deve ser gradual e ainda não tem prazos definidos.

Enquanto o governo fala em justiça tarifária e sustentabilidade fiscal, representantes do setor de renováveis alertam que a medida pode desestimular investimentos em energias limpas, num momento em que o Brasil é referência mundial em expansão de geração solar e eólica.

O que esperar da proposta?

A ideia de que subsídios da energia solar pode ampliar a tarifa social levanta uma questão central: como equilibrar a justiça social com os avanços na transição energética?

Por um lado, garantir energia acessível para milhões de famílias é uma medida urgente e necessária. 

Por outro, enfraquecer os incentivos às energias renováveis pode desacelerar uma área estratégica para o futuro do país.

Você acredita que essa proposta caminha para uma solução justa para todos? 

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