A USP de São Carlos está se tornando pioneira no uso da energia geotérmica superficial no Brasil.
Em países de clima temperado, principalmente nos EUA, esse tipo de energia já é utilizado há décadas.
Essa troca de calor com o solo aquece durante o inverno e resfria durante o verão.
O uso desse tipo de energia substitui o uso de ar-condicionado e reduz a conta de energia em até 45%.
A maior vantagem desse tipo de energia é que no subsolo as temperaturas se mantém constantes. Algo em torno dos 23˚ e em lugares onde a temperatura ambiente atinge mais do que 30˚
Semelhante ao sistema de refrigeração de uma geladeira convencional, esse tipo de energia está sendo testado pela primeira vez no país no Cics Living Lab, o laboratório do Centro de Inovação em Construção Sustentável que faz parte da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).
Este prédio foi construído já com o sistema para gerar essa troca de energia.
O que é energia geotérmica superficial
A energia geotérmica superficial é diferente da energia geotérmica pois não é tão profunda quanto sua vizinha, que utiliza o calor e gases entre placas tectônicas para obter e injetar calor que se transformará em energia, mas utiliza a constante temperatura do subsolo superficial para realizar uma troca de calor com a superfície.
Como vai funcionar essa troca de temperatura no CICS
O projeto, que recebeu apoio da FAPESP, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, vai se utilizar de um sistema de troca de temperatura com o subsolo.
Essa troca de temperatura vai ocorrer da seguinte maneira:
1.Estacas com tubos são colocados abaixo da fundação do prédio para realizar essa troca de calor.
2.A rede de tubos é espalhada por dentro das paredes do prédio até uma bomba de calor geotérmica em um circuito fechado.
3.Esse circuito fechado possui um líquido refrigerante que realiza a troca da temperatura que é circulada pela água.
4.A água é o líquido que está circulando pelos tubos para essa troca de temperatura.
Essa dinâmica pode tanto resfriar o ambiente como aquecer ele.
Essa construção é pioneira no país pois, como não há muitos estudos de caso na região é necessário saber como esse projeto vai se sair, já que em outros países há uma troca de calor que é enviado para o subsolo.
Em outras palavras, em regiões como o Brasil, apenas altas temperaturas sendo enviadas para o subsolo pode a longo prazo diminuir a qualidade de refrigeração.
Em países com invernos e verões onde as temperaturas mudam drasticamente, por vezes a temperatura fria é enviada para o subsolo e em outras ela é trocada, o que gera um certo equilíbrio.
Diferenças entre energia geotérmica superficial e energia geotérmica
A energia geotérmica é aquela gerada pelas altas temperaturas em profundidades altíssimas e em regiões onde há ou o vazamento desses gases e águas aquecidas ou perfurações em regiões entre placas tectônicas.
A produção da energia geotérmica funciona com a perfuração do solo em regiões com um alto volume de água altamente aquecida e gases que são expelidos para fora da superfície. O solo é perfurado e aquela pressão gerada é direcionada às usinas que a transformam em energia.
Esse sistema de produção de energia pode ser feito de duas formas predominantes. Uma é com o calor direto e captado pelos tubos inseridos e outro é com a “injeção” de água para que depois de seu aquecimento em altas temperaturas no interior da terra, seu vapor seja devolvido à usina e transformado em energia.
Já a energia geotérmica superficial busca uma troca de temperaturas por dutos inseridos no subsolo onde a temperatura é constante.
A tentativa de utilizar a energia geotérmica é uma busca por alternativas sustentáveis que vem acompanhando o avanço das tecnologias como a energia solar que, em um impacto de dez anos para a frente, já estará na maioria das casas dos brasileiros.
Daqui dez anos, como estará a produção de energia solar no Brasil?